Publicado no Encontro de Saberes 2015
Evento: XXIII Seminário de Iniciação Científica
Área: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
Subárea: Arquitetura e Urbanismo
Título |
O LUGAR DO AUTOMÓVEL EM SÍTIOS COM INTERESSE PARA PRESERVAÇÃO PATRIMONIAL: O CASO DE OURO PRETO |
Autores |
ELIS FURLAN (Autor) CLAUDIA MARIA ARCIPRESTE (Orientador) TITO FLAVIO RODRIGUES DE AGUIAR (Colaborador) |
Resumo |
Este trabalho discute as interfaces entre modos de vida das sociedades contemporâneas e demandas de preservação patrimonial dos sítios com interesse para preservação. Tomou-se como objeto de estudo o uso/guarda do automóvel em Ouro Preto, Minas Gerais, desenvolvendo-se pesquisa qualitativa, com levantamento de dados em parte do caminho tronco de formação da cidade, da rua Alvarenga à Praça Tiradentes. Realizou-se pesquisa de campo com observação, levantamentos fotográficos, mapeamentos e entrevistas com moradores local e gestores dos órgãos de preservação, buscando compreender a relação entre sociedade e legislação vigente, reconhecer percepções, práticas, tipologias e aspectos técnico-construtivos. Os dados obtidos confirmam a insuficiência dos espaços privados para a guarda de automóveis em Ouro Preto. Estes, em muitos casos são deixados nas vias públicas, gerando impactos urbanos. Garagens/estacionamentos, individuais ou coletivos, ocupam prioritariamente áreas livres dos terrenos e, quando inseridas em edificações, resultam de adaptações que não utilizam técnicas retrospectivas na intervenção. Notam-se percepções contraditórias sobre a preservação do patrimônio edificado. Enquanto moradores questionam limitações excessivas colocadas pela legislação patrimonial, que dificultam as transformações das casas para as demandas contemporâneas, técnicos do poder público reafirmam a necessidade de controle em prol do bem comum, da preservação cultural. Conclui-se ser necessário repensar as condições de mobilidade urbana para reduzir o impacto dos automóveis no centro histórico. Faz-se também necessária permanente revisão da legislação patrimonial, de modo a conciliar a preservação com as transformações dos modos de vida atuais, buscando-se compatibilizar preservação e desenvolvimento, agregando-se ao sítio tombado o valor de cidade real e viva, privilegiando-se o olhar do habitante local como estratégia para preservação patrimonial mais sustentável. |