Detalhes dos Anais Veja o resumo do trabalho

Publicado no Encontro de Saberes 2015

Evento: XXIII Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

Subárea: Letras

Título
REPRESENTAÇÕES DO MUNDO ÍNTIMO DE FERNANDO PESSOA E ÁLVARO DE CAMPOS EM TABACARIA E EM SUA TRADUÇÃO THE TOBACCO SHOP
Autores
ADRIANA DA CRUZ ROSA (Autor)
ADAIL SEBASTIAO RODRIGUES JUNIOR (Orientador)
Resumo
O presente trabalho de pesquisa consistiu na análise comparativa entre o poema original Tabacaria do heterônimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, e sua tradução para a língua inglesa, The Tobacco Shop, realizada por Richard Zenith. Á luz do conceito de mudança proposto por Catford (1965) e do sistema de transitividade da Gramática Sistêmico-Funcional de Halliday e Matthiessen (2004) buscou-se alcançar os seguintes objetivos: analisar se o poema traduzido apresentava equivalência com o original e ainda as relações identitárias entre Pessoa e Campos. A metodologia baseou-se na seleção das orações em que havia a presença do "eu-lírico" e na classificação dos elementos de transitividade (processos, participantes e circunstâncias) em ambos os poemas, original e traduzido, e em seguida a interpretação dos dados analisados. Como resultado, a análise dos elementos oracionais mostrou que, apesar das mudanças-ideacionais ocorridas em alguns versos, o poema traduzido apresentou uma construção textual próxima à original, com mudanças mínimas, sem maiores comprometimentos das escolhas léxico-gramaticais analisadas. Assim, concluiu-se que as representações do mundo ficcional de Álvaro de Campos sofreram mudanças, porém, as escolhas lexicais do tradutor permitiram que uma equivalência semântica fosse satisfatoriamente mantida. Também foi possível concluir que as escolhas feitas por Zenith revelaram um Álvaro de Campos mais paciente do que agente das ações,o que atribui ao poema um caráter de passividade nas ações que empreendia. Assim, pode-se apontar que a característica de questionar o ser por meio da poesia era algo inerente a Pessoa e não a Campos que, segundo a crítica literária, é considerado seu heterônimo mais extrovertido e liberal.
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