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Publicado no Encontro de Saberes 2015

Evento: XXIII Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

Subárea: Letras

Título
A construção discursiva da demência na Região dos Inconfidentes: análise de gêneros judiciários dos séculos XVIII e XIX
Autores
KATIA APARECIDA CUSTODIO (Autor)
WILLIAM AUGUSTO MENEZES (Orientador)
Resumo
Neste projeto, propomos uma reflexão sobre a construção discursiva do conceito de demência nos séculos XVIII e XIX, a partir da análise de gêneros judiciários – sumários de demência – depositados no arquivo público Casa Setecentista, situado em Mariana/MG. De acordo com Foucault (1978), as provas produzidas nesses gêneros judiciários, no período histórico contemplado, fundamentavam-se exclusivamente no relato de testemunhas, já que a loucura ainda não havia sido plenamente encampada pelos discursos médico-científico e jurídico, era considerado demente aquele que as pessoas reconheciam como tal, com base nos atos praticados em desconformidade com o que era tido como normal. Para essa proposta, considera-se, conforme Motta (2013) e Charaudeau (2009), que narrar pode ser uma estratégia argumentativa orientada a fim de convencer, de promover certos efeitos de sentido e de influenciar a visão de mundo de quem lê ou ouve uma história. A consecução dessa proposta consistiu, em uma primeira etapa, na realização de visitas à Casa Setecentista para levantamento, seleção e fotografia dos sumários disponíveis. Consultando os manuscritos listados nos catálogos do Arquivo público da Casa Setecentista de Mariana, foram encontrados nove sumários no 1° Ofício, porém, apenas sete deles estão disponíveis para leitura e pesquisa (dois deles estão deteriorados pela má conservação, e a ação do tempo). O período das ocorrências registradas neste cartório é de 1779 a 1884, mais de um século: 105 anos. Já no 2° Ofício, foram encontrados quatro sumários, e todos estão disponíveis para leitura e análise. O período das ocorrências registradas é de 1833 a 1846, pouco mais de uma década: 13 anos. Na segunda etapa, será realizada a transcrição dos manuscritos segundo procedimentos de Paleografia. Com isso, pretende-se chegar a uma identificação sócio-histórica dos sujeitos dementes, por meio da qualificação civil dos mesmos e também pelo que relatam as testemunhas a respeito de seus feitos.
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