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Publicado no Encontro de Saberes 2015

Evento: XXIII Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

Subárea: Comunicação

Título
REVISTA ALTEROSA NAS TRAMAS DA EDITORAÇÃO MINEIRA E BRASILEIRA EM MEADOS DO SÉCULO XX
Autores
ALEXANDRO GALENO DA COSTA (Autor)
FREDERICO DE MELLO BRANDAO TAVARES (Orientador)
Resumo
A pesquisa busca compreender como as mulheres eram identificadas na extinta Revista Alterosa, publicada mensalmente em todo país pela Sociedade e Editora Alterosa, entre os anos de 1939 a 1964. A revista, eminentemente feminina, trazia consigo um “espelho” da mulher idealizada pela sociedade durante meados do século XX. Essa mulher era a representante do ideal doméstico, afinado com o tradicionalismo também presente naquele momento. Alterosa tinha a mulher como fio condutor de sua linha editorial, sendo essa uma espécie de porta-voz para disseminação de seu conteúdo perante as famílias, majoritariamente, de Classe A e B. O foco estava na exaltação de comportamentos refinados, com a valorização de uma ideologia dogmática, de praticas a serem seguidas pela sociedade. A publicação contou com 384 edições até dezembro de 1964. Através da análise dos 234 exemplares das coleções digitais da Biblioteca Nacional e do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, por meio de uma análise qualitativa, buscou-se perceber o diálogo entre a imagem das mulheres que protagonizavam as capas, com o conteúdo apresentado em seu interior. Pergunta-se sobre o contrato comunicativo proposto pela revista, inspirado no “american way of life” e nos altos padrões da moda europeia, que estavam estampados nas capas e refletidos nas seções da revista. Pela análise, o discurso da publicação aparece atrelado a uma interferência no que tange a vida privada, propondo estilos de vida de maneira pedagógica e ao mesmo tempo lúdica, nos primeiros anos e em meio a efervescência da ruptura de padrões comportamentais femininos, marca dos "Anos Dourados". Tais características discursivas, além de demarcar a construção dos laços editoriais com os leitores, apontam para um paradoxo: enquanto os discursos da revista mudam em direção a preceitos mais modernos, condizentes com o espírito desenvolvimentista consolidado nos anos 1950, a imagem visual da mulher, senhora, dona de casa e mãe de família permanece.
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