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Publicado no Encontro de Saberes 2015

Evento: XXIII Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

Subárea: Filosofia

Título
CIÊNCIA E LITERATURA NA CONSTRUÇÃO DA METAPSICOLOGIA FREUDIANA
Autores
VICTORINE LIGUICANO (Autor)
GILSON DE PAULO MOREIRA IANNINI (Orientador)
Resumo
A presente pesquisa fomentada pelo órgão Cnpq investigou ao longo de um ano o caráter ambivalente que Sigmund Freud empreendeu na construção da sua metapsicologia. O autor notou que partindo apenas do conhecimento científico que possuía ele não conseguiria abarcar os questionamentos então levantados acerca do psiquismo humano. De modo que ele não desistiu: evocou no vasto campo da estética elementos capazes de desvelar aquilo que a razão protocolar não alcançava. A literatura, por sua vez, é uma das principais fontes em que o psicanalista pratica suas interlocuções e ele crê, como afirma em "Delírios e sonhos na Gradiva de Jansen", que o poeta é o indivíduo que conhece uma vasta gama de coisas com as quais a filosofia ainda não nos deixou sonhar. Assim, o principal objetivo do trabalho foi mostrar como Freud mescla a ciência e a arte de modo a construir um terreno propício para as atividades psicanalíticas. A partir de então foi possível cotejar alguns textos em que podemos notar tal postura de Freud frente as obras literárias, são eles: "o tema dos três escrínios" (1913), "A ocorrência, em sonhos, de material oriundo dos contos de fadas" (1913) e "Os sonhos no folclore" (1911). O que resultou de tal análise foi a compreensão de que Freud lê as histórias produzidas por escritores criativos de um modo divergente àquela corriqueira e ordinária. Ele acredita que a produção artística é um veículo do inconsciente e, sendo assim, ele procura na obra literária traços que remontem à 'outra cena'. Ainda, através da ideia empregada por Jacques Rancière de "inconsciente estético" reafirmamos a concepção de que a arte possui uma potência significante na qual a atividade interpretativa pode lançar luz, sendo a psicanálise uma campo do saber que se orienta para tal atividade hermenêutica. Assim, foi possível notar que se a medicina da época não conseguiu fornecer material suficiente para o fortalecimento da concepção de inconsciente, a arte cumpriu esse papel.
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