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Publicado no Encontro de Saberes 2015

Evento: XXIII Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

Subárea: História

Título
IMAGENS DA MORTE NO SATYRICON.
Autores
CAROLINE MORATO MARTINS (Autor)
FABIO FAVERSANI (Orientador)
Resumo
Em nossos dois anos de pesquisa, com bolsa PIBIC-CNPQ, analisamos a importante obra latina atribuída a um aristocrata romano que viveu sob o Império de Nero. Petrônio construiu rica narrativa, mas de difícil interpretação pelo seu caráter satírico e pela constatada dissimulação de suas intenções, esta devido ao perigoso contexto de disputa e competição na política e literatura. Através do vocabulário imagético da obra, sendo descrito inúmeros objetos presentes nas casas romanas, analisamos como o autor constrói o retrato de Trimalchio, um liberto, personagem ficcional que teria atingido uma incomum ascensão social. Aos olhos do aristocrata, observamos a descrição verbal de imagens, concernentes à decoração da casa e ao túmulo do rico liberto retratado. Desse modo, pensamos as fronteiras entre as imagens descritas nessa história criada por Petrônio e elementos reais presentes nas casas, na arte e rito funerário romano do século I d.C. Acreditamos que, via um olhar aristocrático, o autor alude a diversas características presente no dia a dia de casas romanas e a um importante tema de estudo sobre esse universo romano: a morte. Apesar de entendermos que Petrônio, através da descrição de objetos da casa e do túmulo de Trimalchio pretende rebaixar um grupo social, procuramos indicar como há uma mescla de diferentes códigos sociais se anunciando por meio dos elementos descritos em associação ao rico liberto. Além disso, encontramos inúmeros paralelos com túmulos e inscrições reais. Não há na cultura material, através da arte decorativa de casas e túmulos sobreviventes, claras fonteiras entre elementos vinculados à elite e não elite, mas muitas vezes podemos identificar certo decoro relacionado às imagens de cada grupo. No banquete, Trimalchio parece associar-se indecorosamente a diferentes códigos socioculturais, configurando o retrato baixo e ridículo que Petrônio intencionava.
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