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Publicado no Encontro de Saberes 2015

Evento: XXIII Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

Subárea: Letras

Título
OS AMORES DE OVÍDIO NA TRADUÇÃO "PARAFRÁSTICA" DE ANTÓNIO FELICIANO DE CASTILHO (1858)
Autores
GIOVANI SILVEIRA DUARTE (Autor)
ALEXANDRE AGNOLON (Orientador)
Resumo
Em nosso trabalho, propusemo-nos a analisar, a partir do cotejo de concepções clássicas e modernas acerca de gêneros poéticos como a lírica e a elegia, de que modo a tradução parafrástica da obra Amores, de Ovídio, elaborada por António Feliciano de Castilho e dada a lume em 1858, privilegia o efeito da língua de chegada, o português, e despreza os critérios tradicionais que pautavam, na Antiguidade, o gênero elegíaco, uma vez que o tradutor lança mão de variações diversas referentes ao tom e à métrica ao longo de toda a obra, tornando-a lírica. Nossa pesquisa não se pretendeu meramente comparativa, ou seja, cotejar, ingenuamente, o original latino e o seu correspondente em língua vernácula, com o fim de demonstrar as diferenças entre um texto e outro, mas sim, quer sob a luz dos critérios tradutológicos explicitados no prefácio da obra pelo erudito português, quer mediante as noções antigas a respeito do gênero elegíaco – que certamente determinavam também a fruição da obra de Ovídio em seu contexto específico de produção e circulação –, perceber a relação agonística e emulativa travada entre o poema de Ovídio e o novo poema composto por Castilho em língua portuguesa. Para tanto, fizemos, primeiramente, leitura minuciosa da obra primordial da pesquisa, Amores, bem como recorreremos a outras fontes antigas. Essas obras nos permitiram confrontar diversos recursos estilísticos de composição poética na Antiguidade. Concomitantemente, acessamos fontes modernas que possibilitaram a problematização de questões sobre como aquelas obras eram fruídas por sua recepção imediata, como o processo tradutório vem sendo desenvolvido e adaptado ao longo dos tempos e como esse mesmo processo pode ser entendido e aplicado à tradução dos Amores, tendo em vista o contexto histórico de Castilho.
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