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Publicado no Encontro de Saberes 2016

Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

Subárea: História

Órgão de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Título
A escrita da ciência no oitocentos: temas e termos que circulam
Autores
GABRIEL LUZ DE OLIVEIRA (Autor)
HELENA MIRANDA MOLLO (DEHIS) (Orientador)
Resumo
A pesquisa se propõe a apreender, a partir do vocabulário mobilizado por periódicos de caráter científico e científico-literário, as especificidades do campo das ciências no Brasil oitocentista. No decorrer da pesquisa, selecionamos três periódicos que circularam no Brasil no século XIX: "O Panorama: Jornal Literário e Instrutivo" (1837-1868), "O Vulgarizador: Jornal dos Conhecimentos Úteis" (1877-1880) e a "Revista do Observatório: publicação mensal do Imperial Observatório do Rio de Janeiro" (1886-1891). Os dois primeiros foram iniciativas de vulgarização empreendidas em Portugal e no Brasil, respectivamente, o terceiro, um periódico especializado, organizado pelo "Imperial Observatório Astronômico". Nosso interesse nesses periódicos foi de identificar o vocabulário científico e os elementos discursivos presentes nessas três iniciativas de divulgação, originadas em espaços distintos: As duas primeiras foram empreendidas por homens de letras, não necessariamente cientistas ou naturalistas, e a terceira foi produzida por especialistas de um espaço de ciência com relativa estabilidade no último quartel do século XIX. Nosso principal objetivo foi de compreender quais pontos de interseção ou de ruptura existem entre os três periódicos e quais são os temas e termos mais recorrentes. Nos detivemos ao campo da Astronomia nesse primeiro momento para que fosse possível fazer um entrecruzamento entre os dois primeiros periódicos e o terceiro, que trata quase exclusivamente desse campo de conhecimento. Nossa pesquisa filia-se à corrente de inciativas que emergiram no Brasil a partir da década de 1980, em contraponto a estudos anteriores que consideram as práticas científicas oitocentistas precárias ou essencialmente vinculadas a políticas de Estado. Essa perspectiva tem sido possível devido a autores como Thomas Kuhn, Michel Foucault, Bruno Latour e Steven Shapin, que contribuíram para uma revisão crítica da historiografia das ciências produzida no Brasil.
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