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Publicado no Encontro de Saberes 2016

Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS DA VIDA

Subárea: Fisiologia

Órgão de Fomento: Universidade Federal de Ouro Preto

Título
Investigação de marcadores biológicos e psicológicos da solidão humana
Autores
CASSIA REGINA VIEIRA ARAUJO (Autor)
GABRIELA GUERRA LEAL DE SOUZA (DECBI) (Orientador)
Resumo
A solidão tem importantes implicações para a civilização e estudos clínicos revelam seus efeitos negativos para a saúde dos indivíduos. O objetivo deste estudo foi investigar como a solidão está relacionada às interações do indivíduo com o ambiente, em termos de percepção, motivação, comportamento e afeto. Além disso, investigou-se a relação entre solidão e variabilidade da frequência cardíaca (VFC), um marcador fisiológico de saúde física e mental. Participaram do estudo 120 estudantes da UFOP, os quais responderam os seguintes questionários: Escala de solidão, escala de apoio social, escala de estado afiliativo, escala de toque social e escala de afeto positivo e negativo. Em seguida, os eletrodos do eletrocardiograma foram colocados na região torácica e o voluntário foi instruído a ficar em repouso na posição supina por 15 minutos enquanto os sinais eram coletados. Foram utilizadas correlações de Pearson e modelos de regressão para as análises estatísticas. As correlações mostraram que quanto maior a solidão menor o apoio social (r=-0,42), menor a expectativa de aproximação (r=-0,51), maior o medo de rejeição (r=0,50), menor o afeto positivo (r=-0,26), maior o afeto negativo (r=0,42) e menor o toque social (tocar: r=-0,19; ser tocado: r=-0,27). Os modelos de regressão utilizados para relacionar a solidão à percepção, motivação, comportamento e afeto foram significativos: 1º modelo: Apoio social (β=-0,43; p< 0,05; R2=0,16), 2º modelo: Expectativa de aproximação (β=-0,33; p<0,05) e medo de rejeição (β=0,31; p<0,05) (R2=0,30), 3º modelo: Afeto positivo (β=-0,27; p<0,05) e afeto negativo (β=0,43; p<0,05) (R2=0,22), 4º modelo: Tocar (β=0,25; p<0,05) e ser tocado (β=-0,05, p=0,20) (R2=0,05). A solidão não se correlacionou com a VFC, desta forma, não foram feitos modelos de regressão com essa variável. O presente estudo apresenta evidências para o entendimento da solidão como uma forma de adaptação, de forma a proteger o indivíduo de um ambiente social desfavorável.
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