Detalhes dos Anais Veja o resumo do trabalho

Publicado no Encontro de Saberes 2016

Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

Subárea: Comunicação

Órgão de Fomento: Universidade Federal de Ouro Preto

Título
DA FAMÍLIA PARA A MULHER: ALTEROSA E O FEMININO COMO FIO EDITORIAL
Autores
HARIANE SANTOS ALVES (Autor)
FREDERICO DE MELLO BRANDAO TAVARES (DECSO) (Orientador)
Resumo
A presente pesquisa faz parte da última etapa desenvolvida sobre a revista Alterosa. O projeto foi iniciado em 2013 com a análise de 68 edições e buscou entender o mercado editorial mineiro de 1934 à 1965. Em 2015, com o aparecimento de mais 41 edições disponibilizadas pela Biblioteca Nacional, a estrutura da pesquisa passa a ser repensada, e a mulher aparece com mais destaque nos periódicos e esse passa a ser o foco de problematização da pesquisa. Esta última fase têm como objetivo identificar a representação da mulher nos 44 editoriais da Revista Alterosa publicados nas edições de 1960 a 1963, procurando entender como a mulher é referenciada nos editoriais, e como a relação entre homem e mulher é abordada pela revista, inicialmente feminina e que vai modificando de formato ao longo dos anos de existência. Nos 25 anos que durou, suas páginas foram marcadas por representações. A revista feminina de variedades trouxe em si um retrato de uma sociedade – inicialmente mineira, expandido para um contexto nacional. Os homens eram retratados pelos cargos e com seus nomes completos. São senhores “bem apessoados”, “galantes que roubam corações de donzelas”, “príncipes”, “provedor”, “pais”. As mulheres, conceituadas pela beleza, são colocadas como “seres frágeis”, vinculadas aos homens, “dona de casa”, “mãe”, “esposa de alguém”. A mulher precisava ser bonita e elegante para conquistar o coração do amado. Essa necessidade de ser amada, de estar com alguém, é tratada como produto e vendida para um público feminino que começa a ganhar visibilidade a partir do primeiro quarto do século XX. Assim, a mulher e o homem presentes no periódico, sendo destacados no discurso dos editoriais, são imagens da mulher e do homem real. O conceito de ambos, o padrão gerado, é tratado como fomento para a produção da revista, para o consumidor e para o anunciante. A revista torna-se um lugar de auto-referenciação, disposição de papéis, de legitimação social e de desigualdade de gênero.
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