Publicado no Encontro de Saberes 2016
Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica
Área: CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES
Subárea: História
Título |
Movimento LGBT, mídias impressas e Ditadura: Cultura, repressão e resistência |
Autores |
Andrei Chirilã (Autor) |
Resumo |
O presente trabalho visa analisar a situação do movimento LGBT em meio ao contexto da Ditadura Militar no Brasil e as propostas de desconstrução e questionamento dos papéis tradicionais de gênero e sexualidade por meio dos movimentos culturais e midiáticos criados no seio da própria comunidade como instrumentos de discussão acerca das noções de identidade e performatividade em seus diversos aspectos, e também pensando estes movimentos como instrumentos de resistência ao conservadorismo presente na época. Esta pesquisa dá-se pelo estudo do surgimento de uma imprensa homossexual no Brasil, a partir do fim dos anos 1960, como uma forma de garantir visibilidade em uma conjuntura marcada pelo ferrenho conservadorismo oficial, que buscava a todo custo silenciar qualquer voz ou comportamento que se desviasse dos ditames governamentais. A pesquisa está embasada em leituras, fichamentos e levantamentos bibliográficos de autores estudiosos do tema, que estudam a questão de gênero, sexualidade e resistência da comunidade LGBT, analisando a questão da formação de um movimento deste tipo, organizado em um contexto marcado por uma revolução comportamental, expressa principalmente pelos movimentos de contracultura, que pregavam a liberdade sexual e a livre expressão de gênero, e por outro, um regime que via a homossexualidade, como uma subversão dos movimentos de esquerda, sendo por consequência visto como um elemento indesejável e que deveria ser eliminado. Utiliza-se para o trabalho, uma abordagem da resistência cultural por um viés teórico marxista e interseccional, ao fazer o recorte de classe e étnico-racial como um elemento crucial a respeito de como se deu a repressão governamental à referida comunidade, embasando-se na análise de materiais midiáticos, como jornal Lampião da Esquina, que oferecia um conteúdo que dialogava com a realidade social, cultural e política de um determinado grupo, usando simbologias próprias da comunidade para ressaltar a sua representatividade. |