Detalhes dos Anais Veja o resumo do trabalho

Publicado no Encontro de Saberes 2016

Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

Subárea: Ciências Sociais

Órgão de Fomento: Universidade Estadual Júlio Mesquita Filho

Título
A reescrita da história pelo recorte de gênero e o enfoque às experiências de resistência da mulher escrava.
Autores
Fernanda Laranjeira Trentin (Autor)
Rosângela de Lima Vieira (Orientador)
Resumo
A proposta de renovação empreendida pela história nova buscou mudanças em vários aspectos da produção do conhecimento histórico, como o alargamento do rol de documentos históricos a ser pesquisado, bem como o conceito de sujeitos históricos. Este último é imprescindível para o processo de ressignificação e visibilidade de sujeitos marginalizados na história tradicional. Já que ela pautando-se em documentos oficiais elaborados em função da manutenção de uma perspectiva específica de dominação, apartou seguimentos importantes da história que produziu. Diante disso o objetivo da pesquisa em andamento reside na necessidade de resgatar a escrava e seu universo social, enquanto um sujeito histórico invisível até o momento. Partimos da premissa que contar a história desse ponto de vista nos permitirá a compreensão da sociedade escravista em sua globalidade. Suas formas de resistência, processos de socialização e principalmente sua participação de insubordinações ou rebeldias serão fundamentais para resgatar tal como sujeito histórico fundamental no próprio processo de desagregação do sistema escravocrata. A pesquisa é bibliográfica, dentre os autores Maria Helena Machado e sua ótica sobre os movimentos sociais e resistência na década da abolição. Busca-se a análise comparativa entre a história oficial e suas abordagens em contrapartida às vozes silenciadas, articulando a defasagem de perspectivas das personagens marginalizadas. Também se buscará analisar as consequências do longo silêncio sobre essa página da história na atualidade. Já que a ausência dessa história promoveu uma dívida com essa imensa população. O desconhecimento de sua condição de sujeito histórico ativo repercute e se transplanta nitidamente na atualidade numa contínua marginalização e invisibilidade da mulher negra na sociedade brasileira. Identificar-se com essa história reescrita, certamente tornará a população negra e feminina senhora de sua história.
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