Publicado no Encontro de Saberes 2016
Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica
Área: CIÊNCIAS DA VIDA
Subárea: Saúde Coletiva
Órgão de Fomento: Universidade de São Paulo
Título |
A CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NA FORMAÇÃO SOCIAL BRASILEIRA: SILÊNCIOS E PERMANÊNCIAS. |
Autores |
Felipe Daiko Fraga (Autor) Maria Cristina da Costa Marques (Orientador) |
Resumo |
Objetivos: Realizar uma análise crítica sobre as teorias do pensamento social e historiográfico da Saúde Coletiva com base nas obras de Emerson E. Merhy (1983 e 1992), identificando as principais abordagens e os temas norteadores de suas produções para reconstruir condições explicativas das realidades, problematizando as já existentes, com novos olhares e um movimento de retorno à reflexão crítica nas dimensões teóricas, práticas e políticas de saúde. Métodos e Procedimentos: Pesquisa teórica, com abordagem metodológica qualitativa, de modalidade bibliográfica em que são analisados o mestrado “Capitalismo e a Saúde Pública” (1983) e o doutorado “Saúde Pública como Política” (1992) de Merhy. As obras que embasam os fundamentos teóricos adotados foram levantadas nas bases de dados eletrônicas Lilacs e Scielo, de acordo com os aspectos escolhidos a serem aprofundados, como as relações escravistas, o determinismo econômico, a história da Saúde Pública e eugenia. Resultados: Das múltiplas abordagens das obras de Merhy, duas foram eleitas como centrais: 1) As disputas entre as correntes de Saúde Pública (“Bacteriologia”, “Campo estruturado de práticas sociais”, “Médico-sanitária” e “Mista”), seus projetos e atuações, de modo que as duas últimas são as mais importantes para a estruturação deste campo em São Paulo pela pertinência política de seus movimentos nas diferentes conjunturas do século XX. 2) A questão étnico/racial, que está ausente em seu mestrado e só brevemente comentada no doutorado, mas que estão presentes na história da Saúde Pública/Coletiva. Conclusões: Ao privilegiar as determinações econômicas acerca das práticas sanitárias, no mestrado, faz numa abordagem finalista, totalizante e funcional desse processo no Brasil. Além disso, a presença do racismo na Saúde Pública tem impacto direto da eugenia nas correntes sanitaristas (algumas ligadas à construção da identidade nacional), sendo estruturante das mesmas, além de portarem um projeto de sociedade. |