Detalhes dos Anais Veja o resumo do trabalho

Publicado no Encontro de Saberes 2017

Evento: II Mostra da Pós-Graduação

Área: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

Subárea: Comunicação

Órgão de Fomento: Universidade Federal de Ouro Preto

Título
Corpo, inoperosidade e subversão em kontakthof: um diálogo entre a filosofia de Giorgio Agamben e a dança-teatro de Pina Bausch.
Autores
SAULO PEDROSA DA FONSECA RIOS (Autor)
Resumo
O presente trabalho apresenta uma proposta de leitura sobre as construções do corpo no século XX, abordando aspectos políticos, sociais, históricos e culturais com o objetivo de demonstrar como a noção de corpo que se difunde hoje na experiência cotidiana está profundamente subjugada às intercessões entre o mercado neoliberal e a mídia. Propõe então uma reflexão sobre o corpo que parte da necessidade de atualizarmos a ideia de sociedade disciplinar em Michel Foucault (1979, 2013) – esta em que instituições de poder como a igreja, família, as prisões e os hospitais sobrepujam e domesticam os corpos sociais e a própria subjetividade dos sujeitos – para uma sociedade pós-disciplinar, onde os dispositivos disciplinares ascendem a partir da simbiose entre o capitalismo, enquanto sistema econômico/social dominante e os dispositivos midiáticos que, restringindo as capacidades narrativas do corpo (SAFATLE, 2016), ao difundirem a imagem idealizada de um corpo espetacular, desprezando sua materialidade carnal (SIBÍLIA, 2013), promovem sua perda de experiência (BENJAMIN, 2012), a partir de uma certa ilusão de uso de um corpo que tem por característica a destituíção de sua politicidade. Diante desse cenário, apresenta o conceito de inoperosidade em Giorgio Agamben (2017), como um caminho para curto-circuitar e subverter os dispositivos de poder pós-disciplinares. Inoperosidade esta que evoca uma espécie de mobilidade imóvel do corpo, que se dá em uma ação contemplativa, que leva à desapropriação de nossos corpos, a partir da anulação de suas faculdades, articulando uma zona de não conhecimento que teria a faculdade de reaver as capacidades narrativas dos corpos. Para tanto, analisa o espetáculo kontakthof (1978) da bailarina e dramaturga alemã Pina Bausch, indicando como a obra de Pina trabalha a ideia de inoperosidade, e nos dá pistas para um outro uso possível dos corpos, distante, pois, da ideia de um corpo-imagem/corpo-mercado.
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