Publicado no Encontro de Saberes 2017
Evento: XXV Seminário de Iniciação Científica
Área: CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES
Subárea: Letras
Órgão de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Título |
MODERNISMO E TRANSGRESSÃO: O LEGADO DE SALOMÉ, DE OSCAR WILDE, EM ESPAÇOS ESTÉTICOS DISTINTOS NO SÉCULO XX |
Autores |
JUNIA DE OLIVEIRA CASSIANO (Autor) Maria Clara Versiani Galery (Orientador) |
Resumo |
Na eclética obra de Oscar Wilde, Salomé ocupa um lugar de destaque pelo teor erótico e transgressor que impediu que o texto fosse encenado na Inglaterra durante a vida do autor. A peça teatral Salomé foi escrita em francês durante a estadia de Wilde em Paris, em 1891. É provável que a opção pela língua de Baudelaire tenha possibilitado a Wilde o grau de liberdade necessário para explorar um novo território: a estética simbolista do fin-de-siécle decadentista parisiense. Mas o texto também foi publicado em inglês, na tradução realizada por Sir Lord Alfred Douglas e revista pelo próprio Wilde. A pesquisa em tela teve como objetivo principal o estudo da representação de elementos transgressivos em Salomé, tais como a figura da femme fatale, o teor erótico do texto e a representação da obra em outros espaços estéticos. Objetivou-se ainda, a partir das ideias de SHOWALTER (1991) sobre gênero e sexualidade, discutir as ilustrações feitas por Aubrey Beardsley, onde o subtexto blasfemo e (homo)erótico da peça é evidenciado. O corpus teórico dessa parte da pesquisa valeu-se também de conceitos elaborados por FOULCAULT (1997). Outros objetivos incluíram uma análise da ópera de Richard Strauss, baseada na peça de Wilde, tendo como apoio crítico principal a visão de HUTCHEON (2003), bem como as reflexões de ARMATAGE e CLARK (2007). Por fim, a repercussão da obra de Wilde no Brasil foi explorada juntamente com a tradução da peça para o português realizada pelo dândi brasileiro João do Rio. Assim, no decorrer do estudo, percebeu-se necessário fazer um cotejo das versões da peça, analisando o texto-fonte em francês, sua tradução para o inglês e, por fim, a tradução em português. O cotejo detalhado das três versões (francês, inglês e português) se ateve à perspectiva de BRITTO (2012) sobre tradução literária e constitui um dos principais resultados da pesquisa. |