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Publicado no Encontro de Saberes 2017

Evento: XXV Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

Subárea: História

Órgão de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais

Título
Na província das Amazonas: os relatos de Gaspar de Carvajal e Cristóbal de Acuña sobre um reino no rio Amazonas (1541-1641)
Autores
JESSICA FERREIRA (Autor)
Luiz Estevam de Oliveira Fernandes (Orientador)
Resumo
A busca por regiões maravilhosas engendra muitas vezes o resgate de mitos que acabam se realocando em regiões ainda pouco exploradas por viajantes europeus, como é o caso da região amazônica no século XVI. As narrativas produzidas por Gaspar de Carvajal e Cristóbal de Acuña acerca de duas viagens ao longo do curso do Rio Amazonas são o objeto de estudo dessa pesquisa. A constituição de uma geografia do maravilhoso em terras americanas pode demonstrar como o imaginário ibérico investe essa região de representações sociais. A primeira viagem é capitaneada por Francisco de Orellana em 1541 e descrita pelo Frei Gaspar de Carvajal em sua “Relación del nuevo descubrimiento del famoso río Grande que descubrió por muy gran ventura el capitán Francisco de Orellana”. Nessa narrativa residem referências indiretas e mesmo uma descrição do observador que tem um contato direto com um grupo de mulheres guerreiras, já nomeadas Amazonas. Destacados da expedição de Gonzalo Pizarro em busca do País da Canela esses homens seguem ao longo do rio até a sua foz e se tornam a primeira expedição europeia a cruzar o maior rio do mundo. Na obra “Nuevo descubrimiento del Gran Río de las Amazonas”, de Cristobal de Acuña, relata a viagem ocorrida em 1637 sob as ordens do capitão Pedro Teixeira. A descrição das mulheres que vivem sem a companhia dos homens é mais uma vez retomada ao longo do texto. Os cronistas utilizados como fontes primárias descrevem em seus relatos uma ‘província’, que às vezes se torna um ‘reino’, e parece se inspirar muito nas descrições de Heródoto em sua obra Histórias, a respeito das Amazonas porém que em outros momentos rompem com as formas narrativas desse autor. As camadas narrativas estudadas são prenhes de certo imaginário tradicional da uma cultura ibérica, tanto clássica como popular. As representações desse espaço e do mito amazônico condizem com as lógicas de dominação simbólica, onde diversos tabus sociais da época são apropriados no tecer das narrativas.
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