Publicado no Encontro de Saberes 2017
Evento: XXV Seminário de Iniciação Científica
Área: CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES
Subárea: Letras
Órgão de Fomento: Universidade Federal de Ouro Preto
| Título |
| O escrito, o oral, o audiovisual: representações do sertão de Guimarães Rosa |
| Autores |
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MARCOS HENRIQUE DO NASCIMENTO (Autor) ELZIRA DIVINA PERPETUA (Orientador) |
| Resumo |
| O romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, nos possibilita dialogar com as reflexões que se encontram nos textos teóricos de Antonio Candido, Benedito Nunes, Paul Zumthor, Maurice Halbwchs e outros. Propôs-se a analisar nesta pesquisa as representações que giram em torno do sertão, presentes no romance roseano. O conteúdo de Grande Sertão: Veredas, repleto de neologismos e inúmeras representações da cultura regional e universal não faz um elogio aos conceitos conservadores que muitas vezes limitam o universo sertanejo. A liberdade literária e a criatividade de Guimarães Rosa possibilitam que limites sejam quebrados e novas interpretações sobre o léxico “sertão” surjam diante da obra. Nota-se estas possibilidades mediante a primeira adaptação para o cinema (O Grande Sertão, dos irmãos Renato e Geraldo Santos Pereira, 1965) e para a televisão (minissérie Grande Sertão Veredas, dirigida por Walter Avancini, 1985), além das narrativas orais realizadas pelo Grupo Miguilim de Contadores de Histórias de Cordisburgo. A oralidade peculiar dentro do romance roseano, explorada por Dôra Guimarães e Elisa Almeida, permite ao Grupo Miguilim perpetuar o trabalho artístico do escritor mineiro, transmitindo a cultura roseana para os visitantes de Cordisburgo e de Morro da Garça. A partir da atuação do grupo, os documentários de Anita Leandro (Chefe e outros, 2009, inédito e Riobaldo e Diadorim, 2017, inétido) consagram, através de uma nova perspectiva, o trabalho de Rosa e o trabalho do Grupo Miguilim, cultivando por mais tempo a memória oral e audiovisual que, assim como as definições do personagem Riobaldo sobre o que é o sertão, transcendem o universo sertanejo mais comum e abrem novos e poéticos olhares para o sertão. |
