Publicado no Encontro de Saberes 2017
Evento: XXV Seminário de Iniciação Científica
Área: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
Subárea: Comunicação
Órgão de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
| Título |
| Análise do direcionamento ideológico da revista Veja sobre o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco |
| Autores |
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MARIANA MOSCHEM (Autor) Guilherme da Silva Lima (Orientador) |
| Resumo |
| O rompimento da barragem de Fundão foi amplamente abordado pela mídia brasileira, especialmente porque foi um dos maiores crimes socioambientais do país. Predominantemente, as reportagens apresentaram questões referentes a diversos aspectos, dentre eles: ambientais, sociais e científicos. Devido ao enfoque científico muitas dessas reportagens podem ser classificadas como jornalismo científico. Este trabalho buscou fazer uma análise do direcionamento e dos signos ideológico presentes na revista Veja de número 2454. A seleção da revista respeitou o seguinte critério: revista com maior impacto nacional; publicação de dossiê especial sobre o rompimento da barragem de Fundão. Para o embasamento teórico-metodológico, fizemos uso das teorias do círculo de Bakhtin, sobre signo ideológico, que nos permitiu investigar por meio da análise do discurso. Nossos resultados apontam a abordagem utilizada pela revista sobre o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, sobretudo na forma pesarosa como são tratados os atingidos, sempre em tom de lamentação passiva, que não apontam responsabilidades sobre a tragédia, deixando ocultos os agentes por trás do rompimento. Ainda, essa omissão é compactuada pelos especialistas, perceptível a partir da leitura de seus depoimentos/comentários sobre a tragédia. Porque apesar de os especialistas deixarem claro que o ambiente é desfavorável à vida, em momento nenhum essa catástrofe é associada à mineradora Samarco, à Vale ou à BHP. Partimos então do suposto de que a revista mantém uma posição de omissão frente à responsabilização da Samarco, ao passo que vincula o rompimento da barragem à precarização das técnicas brasileiras ou a falhas do Estado. Nossa investigação permitiu, portanto, o rastreamento desses signos e direcionamentos ideológicos propostos pela revista. |
