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Publicado no Encontro de Saberes 2017

Evento: XXV Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

Subárea: Ciências Sociais

Órgão de Fomento: Universidade Estadual Júlio Mesquita Filho

Título
Estudo da reaproximação Cuba-Estados Unidos (2015-2017): uma aplicação do conceito gramsciano de revolução passiva
Autores
Vanusa Cristina de Oliveira (Autor)
Leandro de Oliveira Galastri (Orientador)
Resumo
O tema deste projeto de pesquisa é o recente processo de reaproximação diplomática Cuba-Estados Unidos (2015-presente). O objetivo é testar a hipótese de que se trata de um fenômeno de revolução passiva, tal como definido por Antonio Gramsci em seus Cadernos do Cárcere (Gramsci,2001, pp. 957, 962) e verificar a plausibilidade deste conceito para o caso cubano em questão. Partimos do fato de que, desde o fim da ajuda econômica da União Soviética, ocorrido no início da década de 1990, o grupo político dirigente de Cuba promove uma reestruturação econômica com vistas a preservar o comando do país, administrando as dificuldades materiais da sociedade cubana em consequência do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos desde o início da década de 1960. Gramsci define como “revolução passiva”, em termos gerais, aqueles processos de adaptação, reconfiguração e reacomodação interna das classes sociais dirigentes com vistas a permanecer no comando do Estado, atendendo a algumas reivindicações das massas populares, ao mesmo tempo em que as afasta da participação ativa nas decisões de Estado. Portanto, o objetivo desta pesquisa é responder às seguintes perguntas: o recente processo bilateral de retomada das relações econômicas e diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos fortalece os objetivos estratégicos das elites dirigentes em permanecer no controle do Estado cubano? Isso ocorre em atendimento a algumas das pressões internas da massa da população, ao mesmo tempo em que as mantém afastadas da participação pública nas decisões do Estado? A partir dos materiais e métodos, já foi possível identificar um processo de reacomodação e reestruturação econômica por iniciativa dos grupos dirigentes de Cuba, buscando junto à população um consentimento distanciado para a proposta estadunidense. Contudo, o atual governo Donald Trump vê com reservas o processo iniciado na administração Obama e argumenta que Cuba permanece suspeita de apoio a países terroristas.
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