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Publicado no Encontro de Saberes 2015

Evento: XXIII Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

Subárea: História

Título
DO DEUS MORTO EM NIETZSCHE AO PAI MORTO EM FREUD
Autores
LARISSA DE ASSIS PIMENTA RODRIGUES (Autor)
FRANCISCO DE ASSIS MOURA (Orientador)
Resumo
Considerando a religião um sistema de alcance universal, investiga-se nessa pesquisa, o afastamento do homem moderno em relação às dimensões do sagrado. A religião seria um dos sistemas de interação/compreensão do mundo e de si no mundo, que de acordo com Sigmund Freud (FREUD, 1913-1914) teria superado o animismo e fora a fórmula prévia da ciência, sistema que viria a substituir a religião. Assim, observa-se segundo com Miguel Mahfoud (GASPAR e MAFOUD, 2006) desde o a modernidade, emergiam filosofias fragmentadas de compreensão do mundo, e se dava a progressiva emancipação do homem em relação aos sistemas unitários de pensamento, especialmente à religião. Existe paralelamente o caminho contrário, em que o homem preserva sua relação com o sagrado. Segundo Freud, o homem teria com Deus uma relação comparável à do filho com Pai no Complexo de Édipo, marcada pelo conflito: o filho querer sua autonomia e ter que obedecer aos limites que o pai lhe impõe; e também pela dependência: o filho confiar e buscar proteção nesse pai. Freud e Nietzsche se aproximam quando rechaçam a religião e prescrevem um futuro melhor emancipado dessa interação escrava do homem com o mundo. Para Deleuze e Parnet, a psicanálise clássica induz à conformidade diante da neurose incontornável (DELEUZE e PARNET, 1998). O modelo de Freud ensinaria a resignação eterna ao invés de enxergar a produção de novos modelos, desejos, relações. Mas tanto para Freud como para Nietsche a religião é tratada como compensação (patológica) à cultura repressora dos instintos. Ambos encontram suas teorias na reciprocidade entre a consciência moral e a repressão dos impulsos naturais. O Estado, mas principalmente a Igreja seriam os grandes agentes da repressão dos “impulsos”, tradução mais apropriada do termo “trieb” usado por Freud (GOMES, 2001), o que a configura não como alternativa às insuficiências do homem, mas obstáculo ao desenvolvimento do homem, fonte de ruína da humanidade.
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