Publicado no Encontro de Saberes 2016
Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica
Área: CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES
Subárea: Sociologia
Órgão de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
Título |
O APRENDIZADO DA SEXUALIDADE E O PROCESSO COEDUCATIVO INTERGERACIONAL NO CONTEXTO DA ATENÇÃO EM SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA |
Autores |
ADRIANA MARIA DE FIGUEIREDO (EMED) (Orientador) ISABELA GONZAGA SILVA (Autor) |
Resumo |
As transformações da intimidade nas sociedades ocidentais modernas ocorridas nas últimas quatro décadas tem repercutido nas relações de gênero e nos desafios enfrentados cotidianamente pelas mulheres, com influência direta nas famílias. Por ser a sexualidade um fenômeno social, é possível aproveitar as ideias e as proposições das próprias comunidades para desenvolver ações educativas voltadas para a saúde sexual e reprodutiva, que envolvem toda a família, por meio do apoio e educação intergeracional, sendo mister conhecê-las. OBJETIVO: Investigar o processo coeducativo para o aprendizado da sexualidade intergeracional em famílias compostas por mães e jovens, em um distrito de Ouro Preto. METODOLOGIA: pesquisa qualitativa e quantitativa, por meio de aplicação de questionário. Foram selecionadas mulheres cujas mães residam no distrito e que tenham filhas adolescentes que coabitem a mesma casa, caracterizando a segunda de três gerações de mulheres, obtendo-se um universo de 71 mulheres. RESULTADOS: 79% das mulheres da segunda geração não conversavam sobre questões da intimidade com as mães, ao passo que 79% conversam com as filhas. O maior motivo de evasão escolar foi a gravidez, rara na terceira geração. 51% dessas mulheres engravidaram sem planejamento prévio. 26% das avós brigaram quando descobriram que a filha estava grávida, comportamento que seria repetido por 37% dessas mulheres. Na segunda geração, a escola constituiu o meio mais popular de aprendizado em relação à questões da sexualidade. Somente 16% conversam abertamente com filha sobre sexo e 52,11% afirmaram que aprendem com a filha adolescente. CONCLUSÕES: Apesar de indicar que há um processo coeducativo intergeracional da sexualidade, a diferença entre os grupos que afirmam e negam aprender com a filha adolescente sobre sexo é tênue. Isso permite inferir que há dois grupos distintos nessa população e que se distribuem de maneira relativamente simétrica, sendo essa uma mudança em progresso. |