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Publicado no Encontro de Saberes 2016

Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

Subárea: Comunicação

Órgão de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais

Título
As narrativas jornalísticas produzidas durante a ditadura militar em Mariana – Fase 2
Autores
SILVIA CRISTINA SILVADO (Autor)
MARTA REGINA MAIA (DECSO) (Orientador)
Resumo
A pesquisa analisou jornais que circulavam na cidade de Mariana/MG no período entre 1964 e 1985, quando prevaleceu no Brasil a ditadura civil-militar. Os periódicos trabalhados foram: O Arquidiocesano; O Gaveta; Jornal de Mariana; Folha de Mariana, e O Monumento. A metodologia utilizada foi a análise de conteúdo do material encontrado, investigando o enquadramento adotado por eles em assuntos que poderiam ter alguma relação mais direta com o período ditatorial em que o país se encontrava. A coleta do material foi feita por meio de fotografia dos referidos jornais em arquivos da cidade, com seu posterior exame. Constatou-se que o Jornal de Mariana, a Folha de Mariana e O Monumento, nas edições observadas, optaram pelo silêncio, deixando de abordar qualquer tipo de assunto que envolvesse a questão política nacional.O Arquidiocesano e O Gaveta, por sua vez, demonstraram posicionamentos mais claros, antagônicos entre si. O Arquidiocesano, pelo extenso material disponível, teve a sua análise focada em 1964, quando o golpe foi instaurado. Nesse período demonstrou apoio ao novo regime, por meio de um forte discurso anticomunista.Foram analisados 52 exemplares de todo o ano de 1964. Nos volumes encontrados, 37 matérias apresentaram explícito enquadramento anticomunista, algumas com clara demonstração de apoio ao golpe instalado no Brasil naquele ano. Enquanto O Gaveta, observada sua circulação na década de 1980, apresentou posicionamento mais crítico ao governo civil-militar, ressaltando-se que, nesta época, a censura sobre os meios já começa a ser menos incisiva. Vale ressaltar ainda que em nenhum desses jornais, mesmo os de posicionamento mais definido, foram encontrados relatos sobre acontecimentos locais, na perspectiva da repressão ou da militância. Os sujeitos de Mariana que participaram ativamente da luta contra a ditadura, ou aqueles que sofreram perseguições e violência em Mariana simplesmente não aparecem nos jornais analisados.
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