Detalhes dos Anais Veja o resumo do trabalho

Publicado no Encontro de Saberes 2016

Evento: XXIV Seminário de Iniciação Científica

Área: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

Subárea: Comunicação

Órgão de Fomento: Universidade Federal de Ouro Preto

Título
A representação da negritude brasileira no produto televisivo e o protagonismo secundário da primeira protagonista negra no horário nobre da Rede Globo de televisão
Autores
SAMARA ARAUJO DA SILVA (Autor)
Resumo
A telenovela é um agente de construção da memória social e identidade cultural de um país. É de extrema relevância o fato da ficção seriada das novelas influenciar nas concepções sociais, atingindo diretamente a visão de si e também do outro. Questiona-se até que ponto a escolha de uma atriz negra como protagonista em horário nobre na Globo tenha sido de fato uma conquista. Até que ponto a personagem teve “destaque”, se realmente teve e como foi representada. O presente trabalho tem intenção de discutir como a mulher negra é representada na teledramaturgia com foco na primeira protagonista negra em horário nobre, Taís Araújo na novela “Viver a Vida”. O autor Manoel Carlos é um importante escritor de novelas e minisséries da Rede Globo de televisão. Suas novelas trouxeram uma protagonista mulher que curiosamente recebia o nome de “Helena”. As Helenas que receberam esse nome segundo o autor por referência a Helena de Tróia. Suas protagonistas possuem perfis parecidos, sempre destemidas, lindas, capazes de tudo pelo amor, fortes e donas de suas histórias. A novela “Viver a Vida” é fora dos padrões onde os negros são sempre representados de forma subalterna ou marginalizada, ela poderia ter sido um presente para os movimentos raciais que criaram esperanças com o anúncio da primeira protagonista negra em horário nobre. A metodologia utilizada nessa pesquisa é baseada na análise comparativa das últimas tramas de Manoel e como as suas protagonistas "Helenas" foram representadas e as construções de identidades das mesmas. Diante da análise de trama e das "Helenas" em estudo, nota-se que Helena de Viver a Vida ocupou o papel de uma protagonista secundária e não atendeu as expectativas. Infelizmente ela só reforçou estereótipos comuns a mulheres negras na dramaturgia e isso foi colocado de maneira “mascarada” pelo fato dela fugir à regra da negra doméstica, vista de maneira sexualizada e pobre.
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