Detalhes dos Anais Veja o resumo do trabalho

Publicado no Encontro de Saberes 2017

Evento: II Mostra da Pós-Graduação

Área: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

Subárea: Comunicação

Órgão de Fomento: Universidade Federal de Ouro Preto

Título
As Memórias de Bento: representações da nostalgia no jornal A Sirene – Para não Esquecer
Autores
LIDIA HELENA DA SILVA FERREIRA (Autor)
Hila Rodrigues (Orientador)
Resumo
Este trabalho trata da nostalgia e sua pluralidade de afetos. Partimos da contemporaneidade, chegamos à cidade e suas lembranças até a compreensão da memória individual e da memória coletiva. Assim, examinaremos as recordações que nos permitirão cartografar e compreender como a nostalgia se faz presente nas narrativas textuais e fotográficas do jornal local A Sirene – Para não Esquecer. Procuramos traçar uma genealogia do conceito norteador desse trabalho: a nostalgia. Desde o surgimento da palavra, em um contexto médico, com o suíço Johannes Hofer, em 1688, até seu entendimento nos dias atuais como emoção social. Identificamos os dois tipos de nostalgia apresentados pela escritora russa e pesquisadora, Svetlana Boym (2001), a reflexiva e a restauradora, que usaremos como eixo operador no percurso metodológico. Posteriormente passamos pela história de Bento Rodrigues, desde sua fundação até o dia da tragédia de 5 de novembro de 2015, quando o colapso da Barragem de Fundão, no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km de Mariana (MG), tornou-se a maior tragédia ambiental do Brasil e o mais grave acidente da história da mineração mundial. A segunda parte do estudo busca contextualizar nosso objeto de pesquisa, o jornal A Sirene e, a partir de uma leitura atenta, cartografar as recordações de Bento Rodrigues que subsistem. Como aparato metodológico propomos uma Cartografia das Recordações, tendo como escopo o prisma da afetividade e da nostalgia a partir da definição de Boym dos diferentes tipos nostálgicos.Propomos, assim, recorrer à nostalgia cartografada como ferramenta analítica para a percepção de um espaço de resistência e memória. Nessa perspectiva, a nostalgia torna-se, assim, um instrumento para compreender como as representações do passado são recriadas no presente e expressas no A Sirene e como os múltiplos afetos constituidores desse sentimento nostálgico, motivados pelo afastamento do lugar, podem intervir nas representações configuradas pela memória.
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