Detalhes dos Anais Veja o resumo do trabalho

Publicado no Encontro de Saberes 2017

Evento: II Mostra da Pós-Graduação

Área: CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

Subárea: Artes Cênicas

Órgão de Fomento: Universidade Federal de Ouro Preto

Título
TEATRO, SUBJETIVIDADE E LOUCURA: A CONSTRUÇÃO DE UMA ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA ATRAVÉS DO TRABALHO DO ATOR SOBRE SI
Autores
PAOLA CYNTHIA MOREIRA BONUTI (Autor)
Luciana da Costa Dias (Orientador)
Resumo
A partir de questões ligadas ao trabalho do ator e aos processos de subjetivação na contemporaneidade, a presente pesquisa objetiva investigar as contribuições da abordagem autobiográfica para as artes da cena Ao longo dos anos, trabalhando com teatro e como arte-educadora, pude perceber que, para além da criação do espetáculo, a construção do personagem exerce vivência emocional e psicofísica muito íntima para os atores (profissionais ou não), onde as vozes dos personagens e suas atitudes se relacionam, de algum modo, com o processo psíquico de subjetivação individual, constituindo-se como relação de alteridade. A pesquisa autobiográfica, como ferramenta metodológica, tem crescido em âmbito acadêmico de forma interdisciplinar, tendo como perspectiva epistemológica a aprendizagem do sujeito por vias da sua história pessoal, podendo acontecer também, portanto, através da arte-educação e do teatro como potência pedagógica na educação contemporânea. Neste estudo, através do meu relato pessoal e atoral, e do estudo de caso do trabalho teatral realizado com as usuárias do CAPS 1 (Centro de Atenção Psicossocial em Saúde Mental de Ouro Preto/MG), procuro demonstrar a influência positiva da prática teatral como processo de autoconhecimento e de possível superação de transtornos psíquicos. Este trabalho é realizado desde 2005, quando formei o grupo Coletivo Ser ou Não Ser com usuárias do CAPS 1, com o qual trabalho o conceito de memória emotiva, do teatrólogo russo Constatin Stanislavski, o qual permite o regaste da memória pessoal para a construção do personagem. Como resultados parciais, é possível alcançar que a mesma vivência tem aspectos diferentes para cada sujeito da experiência e que o trabalho desenvolvido com as usuárias, as inquietações e práticas éticas se torna uma extensão atoral, ou seja, um dispositivo positivo de autocuidado perpetuando a transformação do meu sujeito através da prática teatral, continuando assim o processo de autoconhecimento.
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